Após a repercussão de um caso de maus-tratos envolvendo um cavalo de tração no distrito de Caraíva, em Porto Seguro, ocorrido quinta-feira (21), a Associação dos Carroceiros do vilarejo emitiu nota se isentando da responsabilidade no fato. O animal tombou devido ao excesso de peso da carroça, carregada com material de construção.
Conforme a nota, se tratou de um fato isolado envolvendo um carroceiro que não faz parte da associação e que presta serviço de transporte de material de construção para uma empresa privada, a Tupã. O texto informa que a Associação de Carroceiros segue um estatuto que repudia maus-tratos a animais e obedece ao peso máximo estipulado, acrescentando que o descumprimento dessas regras gera punição aos responsáveis, como a suspensão do direito de trabalhar. A associação alega que, por se tratar de uma empresa privada, “fica de mãos atadas” para exigir a aplicação do estatuto, ressaltando que repudia, “veementemente, qualquer tipo de maus-tratos e violação ao bem-estar animal”.
SUBSTITUIÇÃO DA TRAÇÃO ANIMAL – O caso de maus-tratos contra o cavalo repercutiu também na Câmara Municipal de Porto Seguro. O vereador Vinícius Parracho, ligado à causa ambiental, sugeriu a substituição gradativa da tração animal em Caraíva, mas ressaltou a importância de preservar a subsistência dos carroceiros que atualmente exercem a atividade de transporte no distrito.
Segundo ele, maus-tratos contra animal é crime já previsto em legislação. Por isso, o que é preciso debater é a continuidade ou não da utilização das carroças no distrito. “Caraíva não é mais aquele que vilarejo que conhecíamos de anos atrás. Cresceu muito, recebe um número muito grande de turistas, virou um canteiro de obras, e as carroças precisam trabalhar muito para conseguir fazer frente a essa necessidade”, observou.
O vereador destacou que algumas cidades turísticas, como no interior do Rio de Janeiro, já começaram a substituir a tradicionais charretes por veículos elétricos, e que o mesmo poderia ser feito em Caraíva. “A ideia que acredito mais adequada é a substituição gradativa dos veículos de tração animal pelos motorizados”, afirmou.
Segundo ele, isso já aconteceu com os veículos que fazem o transporte do lixo no vilarejo, mas precisa se estender também às demais atividades, como o transporte de material de construção, de idosos e de bagagem de turistas, por exemplo.
No entanto, a troca de todos os veículos de tração animal por quadriciclos, como os que vêm sendo utilizados desde setembro para o transporte de lixo no vilarejo, poderia gerar trânsito nas ruas, acabando com a tranquilidade que é uma das características de Caraíva, disse o vereador. Por isso, na sua avaliação, uma saída seria utilizar veículos elétricos alternativos.
Parracho frisou que, mesmo que essa substituição aconteça, é preciso garantir que o transporte continue sendo feito pelos carroceiros que já atuam nessa atividade em Caraíva. “Precisamos lembrar que essas famílias vivem disso. Não podemos fazer essa transição e deixá-las sem um meio de subsistência”, ponderou.
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