Depois de muita polêmica, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o projeto apresentado pela Prefeitura de Porto Seguro para a construção da nova ponte sobre o Rio Trancoso, no distrito de Trancoso. A atual ponte está completamente destruída pelo tempo, o que representa um sério risco para quem passa pelo local.
Em julho, os trabalhos para a construção da nova ponte chegaram a ser iniciados, mas a obra foi embargada pelo Iphan após grande mobilização de moradores e ambientalistas. Conforme denúncias feitas na época, a construção estava sendo feita sem obedecer aos trâmites legais e sem qualquer estudo de impacto ambiental. Além pertencer ao sítio histórico tombado pelo Iphan e ser declarado patrimônio da humanidade pela Unesco, Trancoso – incluindo o rio – está inserido em uma APA (Área de proteção Ambiental).
Agora, com o projeto devidamente aprovado, a prefeitura garante que a obra será recomeçada em, no máximo, 10 dias, e pretende inaugurá-la até novembro. A construção se dará mediante um acordo de contrapartida ambiental entre a prefeitura e uma empresa privada de Porto Seguro.
PROJETO
De acordo com a prefeitura, o projeto foi licenciado e aprovado por todos os órgãos, nas esferas municipal, estadual e federal. “O projeto foi cuidadosamente elaborado, atento aos mínimos detalhes, dentro das diretrizes sustentáveis e socioambientais, com utilização de inteligência geográfica, obedecendo a todas as normas e leis vigentes e observando, inclusive, a questão histórica local”, informou.
Com visual em madeira, em harmonia com as características de Trancoso, a nova ponte terá passagens exclusivas para pedestres, a fim de oferecer “mais segurança e conforto para todos”. Até que seja concluída a nova obra, na atual ponte somente será permitida a passagem de veículos leves e utilitários com peso máximo de uma tonelada, para garantir a segurança dos usuários.
EMBARGO
Na época em que foi embargada, o que mais chamou a atenção da comunidade foi que a obra estava sendo feita sem qualquer preocupação ambiental, inclusive com colocação de manilhas de metal no rio. Especialistas alertaram que o uso de manilhas poderia matar o Rio Trancoso, porque esse tipo de estrutura coloca em risco a vida do curso d’água, além de exigir manutenção e limpeza constante. Um dos que se manifestaram contrários à forma como a obra estava sendo conduzida foi o vereador Vinícius Parracho (DEM).
Para a prefeitura, o movimento popular que levou ao embargo da obra não passou de uma “politicagem barata, sem qualquer sentido, promovida por alguns desinformados” e que provocou atraso na construção da nova ponte. “Se não ocorresse a paralisação, no mês de julho passado possivelmente a ponte já estaria pronta. Infelizmente, a politicagem de alguns não deixou que isto acontecesse, mas vamos acelerar a obra e compensar este tempo perdido”, criticou o secretário de Obras, Denisson Matos.
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