Usando um cocar branco e acessórios pataxós, a advogada Samara Pataxó, de 31 anos, gravou um vídeo de sustentação oral em defesa dos povos indígenas no julgamento que analisa o Marco Temporal no STF. Ao se direcionar aos ministros, precisou resumir em apenas cinco minutos todo conhecimento adquirido durante toda a vida acadêmica sobre estudos territoriais indígenas.
Reportagem do Universa – plataforma do UOL para a mulher que protagoniza um mundo em evolução -, destaca que a advogada, nascida na aldeia Coroa Vermelha, de etnia Pataxó, em Santa Cruz Cabrália, faz doutorado em Direito na UnB (Universidade de Brasília) e desde a graduação na UFBA (Universidade Federal da Bahia) estuda e trabalha com direitos territoriais indígenas.
“Foi a primeira sustentação oral na vida e já comecei no STF. Foi como se eu tivesse me preparado a vida toda para esse momento porque estudo sobre este tema desde a graduação. Ao mesmo tempo que tenho muito conteúdo e segurança para o tema, o desafio. Era preciso ser resumido e impactante”, revelou ao portal.
O julgamento de que Samara participa iniciou em 1º de setembro no STF e analisa o chamado “Marco Temporal“, tese que prevê aos indígenas o direito à posse somente das terras que ocupavam até 5 de outubro de 1988, quando ocorreu a promulgação da Constituição Brasileira. Os indígenas se posicionam contra e acampam em Brasília para acompanhar o desfecho do caso.
Na noite de quarta-feira (8), o STF suspendeu sessão de votação pela quarta vez. A análise deve seguir nesta quinta-feira (9).
INSPIRAÇÃO EM OUTRA ADVOGADA INDÍGENA
Samara nasceu e estudou na aldeia até o nono ano do ensino fundamental, quando precisou cursar o ensino médio em escola não indígena. O início dentro de um colégio sob a cultura do povo Pataxó se tornou essencial para entender a necessidade de lutar pelos direitos indígenas.
“A advocacia veio com a formação, mas a luta pelos direitos indígenas é desde quando a gente nasceu, declarou.
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